sábado, 13 de junho de 2015

O Profeta Sofonias fala do extermínio dos maus sacerdotes, a queda das torres altas. As casas dos ímpios "converter-se-ão num deserto"

Profeta Menor Sofonias da Sagrada Escritura, tradução da Vulgata pelo Pe. Matos Soares.
Cap.1, 1-3 - Eu congregarei tudo sobre a face da terra, diz o Senhor; congregarei os homens e os animais, congregarei as aves do céu e os peixes do mar; perecerão os ímpios; exterminarei da terra os homens, diz o Senhor.

A terra toda sofrerá com esse Castigo de Deus: a terra, os céus e o mar farão parte do Castigo. O extermínio é o da bagarre e dos três dias de escuridão. A bagarre no sentido natural, e por isso terra, ar e águas, mas não foi mencionado o fogo, quarto elemento clássico, pois o fogo é do último dia como está mostrado na epístola de São Pedro (II Pedro 3, 10). A omissão aqui nos diz muito.

Está escrito os homens e os animais, porque os homens serão naqueles dias como animais, e por isso são mencionados juntos, como se pertencessem ao mesmo lugar.



4 - Estenderei a minha mão contra Judá e contra todos os habitantes de Jerusalém; exterminarei deste lugar os restos de Baal e os nomes dos seus ministros e sacerdotes;

Jerusalém é o núcleo, seria a Roma moderna, enquanto Judá é o Reino de Roma fora de Roma, a Igreja espalhada pelo mundo, mas também pode ser as nações em geral. Aqui os sacerdotes e ministros de Baal são todos os que servem religiões falsas dentro da Igreja, e também fora dela, pelos dois sentidos dados. E por que "os restos" ? Isto indica que antes já havia sido erradicado, ou que é o que sobrou de uma erradicação, a profecia parece ter mais sentido com os três dias de trevas, que finalizará tudo depois da pregação do Papa Santo e do Monarca poderoso, depois das Guerras, etc. Reparem "contra todos os habitantes", ou seja, provavelmente não vai sobrar para ninguém em Roma, ao menos como castigo, se nossa concepção estiver correta. É bom lembrar que essa interpretação tem relação com o momento histórico do profeta: a idolatria não tinha sido destruída por inteiro pela reforma de Josias no Reino de Judá.

5-6 - os que adoram a milícia do céu sobre os tetos, e os que adoram o Senhor e juram pelo seu nome, e ao mesmo tempo juram pelo nome de Melcom; os que deixam de seguir o Senhor, os que não buscam o Senhor nem procuram encontrá-lo.

Aqueles que são de língua dupla, que não quiseram tomar posição, estes serão castigados. Os tíbios, os apóstatas e hereges. Tudo isso nos leva a cogitar uma situação onde a carne manda no homem, assim como as coisas externas, pois a tibieza vem desse conforto que o homem sente em seu ambiente, com a influência da carne, e o mesmo se pode dizer das heresias desse tempo, por causa do próprio contexto. Serão heresias da falta de ação, ou da falta de coragem, aqueles que não procuram e aqueles que deixam o Senhor.

7 - Estai em silêncio diante da face do Senhor Deus, porque o dia do Senhor está perto, porque o Senhor preparou a vítima e designou os convidados.


A vítima é o cordeiro, Nosso Senhor, o que para nós só vale a pena salientar, já que interpretamos somente no sentido profético para o nosso tempo, porque a Igreja é o corpo místico de Cristo, e a vítima é ela também, e a Paixão foi a prefigura também dos problemas que a Igreja passará. Os convidados para a paixão, nós sabemos, foi Nossa Senhora, o discípulo profeta, e algumas santas mulheres: poucos entretanto.

8-9 - E no dia da vítima do Senhor castigarei os príncipes e os filhos do rei e todos os que se vestem de trajes estrangeiros; castigarei todos os que entram com arrogância pelo limiar (do templo), e que enchem de iniquidade e de fraude a casa do Senhor seu Deus.


O castigo chegará a todos os que não seguiram a verdadeira religião, ou que foram fingidos na prática dela, é a apostasia propriamente. Então há aqueles que entram no templo (fiéis) e os que enchem de iniquidade o templo (sacerdotes). Os trajes são os costumes estrangeiros, os costumes fora da religião, como hoje se vê em abundância com o advento do neo-paganismo.

10-11 - Naquele dia haverá, diz o Senhor, muitos clamores à porta dos peixes, uivos na segunda (cidade), e grande aflição sobre as colinas. Uivai, habitantes do Gral; todo o povo de Canaã foi reduzido ao silêncio, todos os que estavam cobertos de dinheiro pereceram.


O materialismo pereceu, assim como a vida voltada às coisas materiais, o povo de Canaã foi reduzido ao silêncio porque não falava o que devia. Os uivos são os gritos de terror, é o Castigo na forma hedionda dos três dias de trevas, os clamores na porta dos peixes são as ondas, as partes de cima do mar, e não as profundezas, isto quer dizer o castigo natural, a modificação nas marés, inundações, etc. Os clamores essão "na porta" porque nas profundezas jazem ou os peixes ou aqueles que mortos, já não podem mais clamar. As colinas são os lugares altos que desabariam, e nisso queremos dizer todo lugar alto: prédios, palácios, montanhas e colinas. A aflição vem porque estão para desabarem.

Percebe-se que em "clamores (vox clamoris)" e "grande aflição (contritio magna)" há diferenças, e está no fato de que um é grande e outro não, ou seja, haverá mais desabamentos de altos lugares do que clamores nos baixos e inundações. E isto tem sentido místico também: uma grande cidade que estava coberta de dinheiros, como uma nova civilização com a sua nova torre de Babel, ela precisava cair do alto, para que seja assim evidente o pecado desta cidade.

12-13 - Naquele tempo acontecerá isto: eu esquadrinharei Jerusalém com lanternas, e castigarei os homens que estão mergulhados nas suas fezes, que dizem nos seus corações: O Senhor não faz bem nem mal. As suas riquezas serão saqueadas, as suas casas converter-se-ão num deserto; edificarão casas, mas não habitarão, plantarão vinhas, mas não lhes beberão o vinho.


O Senhor esquadrinhará, isto é, examinará o povo, e com lanternas, a lanterna é a luz, Deus mandará a luz para ver qual brilha, qual reflete ela, e qual é como as fezes. O exame então será antes do Castigo, e não é simplesmente Deus avaliando os homens na sua qualidade de onipotente, isto seria muito simples. Aqui Deus deixa claro que será um policiamento, o que nos lembra os apóstolos dos últimos tempos, junto com o Papa Santo, e possivelmente o Grande Monarca. É preciso que ocorra este aviso prévio, pela analogia com Elias e Enoch, as duas testemunhas do Apocalipse, o Pastor Angélico e o Monarca são as prefiguras destes, que antecedem o fim dos tempos, e virão em maior glória que aqueles, pois um é prefigura do outro. O Grande Castigo também é prefigura do Fim dos tempos, e por isso a conveniência é maior ainda.

Jerusalém é Roma no seu sentido profético, é também a Igreja, o lugar da onde vem a salvação, porque assim era a Jerusalém antiga. As fezes são as coisas mais baixas, e aqui há a profecia: o homem chegará nas coisas mais vis, mais baixas na sua constituição humana, e até menos do que isso, será menor do que o animal, e por isso estará "nas suas fezes", por culpa própria. Estes homens falam de um Deus indiferente, ou um Deus que não castiga, são as heresias, porque ainda falam do Senhor, mas erroneamente, não acreditam verdadeiramente no Seu poder.

As riquezas, novamente, significa a grandeza deste povo. O Castigo deixará casas abandonadas, grandes riquezas destruídas, e quem esperava ganhar nesta época perderá, quem esperava saciar-se não se saciará, porque Deus vai precisar mostrar sua grandeza e da onde provém todas estas coisas, e não permitirá mais que estes recursos estejam dispostos para os homens cometer atrocidades.

Aqui é interessante notar que os homens estarão "nas suas fezes", mas ao mesmo tempo serão ricos, capazes de plantar vinhas, edificar casas, uma imagem clara de uma cidade pagã mas avançada materialmente, igual a que vivemos no século XXI.


14-18 - O dia grande do Senhor está próximo; está próximo, vai chegando com velocidade. amargo é o ruído do dia do Senhor, o forte se verá nele em grande aperto. Esse dia será um dia de ira, um dia de tribulação e angústia, um dia de calamidade e miséria, um dia de nuvens e tempestades, um dia de trombeta e de gritos guerreiros contra as cidades fortificadas e contra as torres elevadas. Eu atribularei os homens, os quais andarão como cegos, porque pecaram contra o Senhor, o seu sangue será derramado como a poeira, os seus corpos serão como o esterco. Mas nem a sua prata, nem o seu ouro os poderá livrar no dia da ira do Senhor; no fogo do seu zelo será devorada toda a terra, porque ele se apressará a exterminar todos os habitantes da mesma terra. 

Esta parte se refere mais propriamente ao último dia do mundo, o dia da Ira, o qual tem prefigura nos dias de trevas, na bagarre ou castigo. E por isso é dito "andarão como cegos", tanto naqueles dias, como no final não haverá mais como enxergar, o mundo será destruído e tudo o que eles viam também, e por isso serão como cegos. As mesmas advertências sobre as grandes cidades materialistas, e sobre o enorme morticínio é feita.

FONTE: O PRÍNCIPE DOS CRUZADOS

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