sábado, 13 de junho de 2015

O profeta Daniel fala da abominação no templo, do fim das iniquidades no mundo, e de uma guerra depois da vinda de um ungido

Livro do profeta Daniel, Capítulo 9.

1-5 - No primeiro ano de Dario, filho de Assuero, da estirpe dos medos, que reinou no império dos caldeus; no primeiro ano do seu reinado, eu, Daniel, pela lição dos livros (santos), compreendi, segundo o número dos anos de que o Senhor tinha falado ao profeta Jeremias, que a desolação de Jerusalém devia durar setenta anos. Voltei o meu rosto para o Senhor meu Deus, para lhe rogar e suplicar com jejuns, saco e cinza.

Orei ao Senhor meu Deus, fiz confissão das faltas e disse: Digna-te ouvir-e, ó Senhor Deus grande e terrível, que guardas a tua aliança e a tua misericórdia para com os que te amam e que observam os teus mandamentos. Nós pecamos, cometemos a iniquidade, procedemos impiamente, apostatamos e afastamo-nos dos teus preceitos e das tuas leis.


O profeta percebe não por revelação, mas por inspiração, por uma interpretação adequada do livro de Jeremias. De fato, a desolação, ou o exílio na Babilônia, durou este tempo, pela cronologia tradicional e profética. Mas nos interessa notar que esta era que vive Daniel é a quinta, a era do exílio, a era prefigura da quinta era cristã, a era das revoluções, a era da decadência religiosa, a era na qual ocorreu o milagre grego, isto é, os povos que não foram escolhidos por Deus floresceram em tamanho e conhecimento, pois o Senhor espalhou Israel neste tempo, Ele voltou a sua face aos outros povos, e a dispersão ajudou também os sábios daqueles povos. Do mesmo modo a quinta era cristã é a era da Revolução Industrial, do desenvolvimento da ciência e da tecnologia, no entanto, desprovida de Deus muitas vezes, desprovida de Sua Igreja e da Doutrina Santa, tanto moralmente como metafisicamente.


Assim, profeticamente Daniel fala deste nosso tempo, o qual mostramos, vai durar até a vinda do Papa Santo. O impressionante da passagem é como o profeta faz não uma simples oração, mas penitência, sofre, para ganhar a misericórdia Divina. Ele diz, e vemos como é dirigod ao nosso tempo, porque o povo (profeticamente o povo católico), procedeu impiamente, apostatou e afastou-se da santa Doutrina.

6-14 - Não temos obedecido aos profetas, teus servos, que falaram em teu nome aos nossos reis, aos nossos príncipes, aos nossos pais e a todo o povo do país. Tua é, ó Senhor, a justiça; a nós, porém, não nos resta senão a confusão do nosso rosto, como sucede hoje a todo homem de Judá, aos habitantes de Jerusalém e a todo o Israel, aos que estão perto e aos que estão longe em todos os países, para onde tu os lançaste, por causa das iniquidades que cometeram contra ti. Para nós, Senhor, a confusão do rosto, para os nossos reis, para os nossos príncipes e para os nossos pais, que pecaram. Mas de ti, ó Senhor nosso Deus, é própria a misericórdia e a propiciação; porque nos retiramos de ti, e não ouvimos a voz do Senhor nosso Deus, para andarmos segundo a sua lei, que nos prescreveu por meio dos seus servos, os profetas. Todos os de Israel violaram a tua lei, desviaram-se para não ouvirem a tua voz e choveu sobre nós a maldição e a execração que está escrita no livro de Moisés servo de Deus, porrque pecamos contra Deus. Cumpriu a sentença que proferiu contra nós e contra os nossos príncipes que nos julgaram, para fazer vir sobre nós esta calamidade grande, qual nunca se viu debaixo de todo o céu, como aconteceu a Jerusalém. Todo este mal caiu sobre nós, segundo está escrito na lei de Moisés, e nós não recorremos a ti, ó Senhor nosso Deus, de maneira a nos afastarmos das nossas iniquidades e a nos aplicarmos ao conhecimento da tua verdade. Assim o Senhor vigiou sobre a malícia e fez cair sobre nós o castigo dela; o Senhor  nosso Deus é justo em todas as obras que fez, porque nós não ouvimos a sua voz.

Então esse é o tempo dos profetas, é a quinta época cristã quando os santos mais profetizaram eventos futuros de cárater histórico mundial, e ignorando-os, o povo caiu, não conseguiu ver a iniquidade para a qual caminhavam. Os profetas do antigo testamento possuíam, no seu próprio ofício, uma prefigura do que seria estes santos desde o século XIV até hoje. Eles falaram aos príncipes, ao povo, mas não o escutaram. E do mesmo modo, o povo Católico, representado pelo povo de Israel na profecia, vive disperso pelo mundo todo, não somente no sentido físico, mas no sentido espiritual; eles foram abandonados, foram abandonadas por si mesmos e se misturaram com a civilização global neo-pagã igualitarista.

Choveu sobre o povo a maldição que está no livro de Moisés. Qual é esta ? Segundo os nossos artigos anteriores, trata-se da oitava praga do Egito, a dos gafanhotos, citada também no livro do Apocalipse, e relacionada com a quinta época cristã. Mas também é a praga correspodente àquela era antiga propriamente, na nossa contagem, a terceira praga, a dos piolhos ou dos mosquitos (o importante é que sãi insentos sanguessugas).


15-20 - Agora, Senhor nosso Deus, que tiraste o teu povo da terra do Egito com mão poderosa, e que adquiriste então um nome que dura até ao dia de hoje,  (confessamos que) temos pecado, que temos cometido a iniquidade. Senhor, por toda a tua justiça, suplico-te que aplaques a tua ira e o teu furor contra a cidade de Jerusalém e contra o teu santo monte; porque Jerusalém e o teu povo são hoje o escárnio de todos os que nos cercam, por causa dos nossos pecados e das iniquidades de nossos pais. Atende, pois, agora, Deus nosso, à oração do teu servo e às suas preces; sobre o teu santuário, que está deserto, faze brilhar a tua face, por amor de ti mesmo. Inclina, Deus meu, o teu ouvido e ouve; abre os teus olhos e vê a nossa desolação, e a da cidade, na qual se invocava o teu nome; porque nós, prostrando-nos em terra diante da tua face, não fazemos estas súplicas fundados em alguns merecimentos da nossa justiça, mas sim na multidão das tuas misericórdias. Ouve, Senhor, aplaca-te, Senhor; atende-nos e põe mãos à obra; não dilates mais, Deus meu, por amor de ti mesmo, porque esta cidade e este teu povo tem a glória de se chamarem do teu nome.

Aqui se menciona a saída do Egito, imediatamente posterior às pragas, conforme nós demos o sentido anteriormente. A menção é bem posta e indica o sentido. Em seguida, fala-se do santuário deserto, confirmando a questão da diminuição do número de fiéis por toda a parte, a evacuação deles, a "apostasia" que fala São Paulo.

20-23 - E, quando eu ainda falava, orava, e confessava os meus pecados e os pecados do meu povo de Israel, e, quando prostrado apresentava as minhas súplicas na presença do meu Deus a favor do santo monte do meu Deus; quando eu, digo, ainda não tinha bem acabado as palavras da minha súplica, eis que Gabriel, aquele varão que eu tinha visto no princípio da visão, voando rapidamente, me tocou no tempo do sacrifício da tarde; instruiu-me, falou-me e disse: Daniel, eu vim agora para te ensinar e para que tu entendas (os desígnios de Deus). Desde o princípio das tuas preces, foi dada esta ordem, e eu vim para ta descobrir, porque tu és um varão de desejos; toma, pois, bem sentido no que vou dizer-te e compreende a visão.

O Arcanjo Gabriel chega para instruir o profeta, porque ele será o anjo da anunciação de Cristo Salvador no Evangelho de S.Lucas. A previsão seguinte foi tradicionalmente e corretamente atribuída à vinda de Nosso Senhor por causa disso, dando o tempo exato desde a reconstrução de Jerusalém até o batismo de Cristo (62 semanas), e as outras sete semanas começariam desde o edito de Artaxerxes I permitindo reconstruir o templo, segundo os exegetas. Aqui damos uma interpretação em outro plano.

24 - Setenta semanas de anos foram decretas sobre o teu povo e sobre a tua cidade santa a fim de que as prevaricações se consumassem, o pecado tenha o seu fim, a iniquidade se apague, a justiça eterna seja trazida, as visões e profecias se cumpram e o Santo dos santos seja ungido. 

O Santo dos santos, o fim do pecado é claramente a vinda e calvário de Nosso Senhor. Mas é em outro plano de interpretação a vinda da sexta era antiga, aberta por Ele, prefigura da sexta cristã. Por isso, é decretada sobre a cidade santa, a Igreja, sobre o povo, os fiéis, e para acabar o pecado, o pecado das nações, a iniquidade delas se apagar, e assim todas as profecias e visões sobre este tempo se cumprir. Então, Nosso Senhor será ungido, ungido não com o seu sacrifício ou batismo, mas com a glória do Reino de Maria, ungido como Rei da Terra através desta civilização vindoura.

25 - Sabe, pois, isto e adverte-o bem: Desde a sua saída da ordem para Jerusalém ser reedificada até ao Cristo chefe, passarão sete semanas e sessenta e duas semanas; e serão reedificadas as praças e os muros nos tempos de angústia.

A reedificação do templo, no nosso plano de exegese (não negando a interpretação citada acima) significa a edificação do terceiro templo de Jerusalém, isto é, Nosso Senhor Jesus Cristo em corpo glorioso, embora Ele tenha ressuscitado antes da destruição do segundo templo. Mesmo assim, ele já era o terceiro templo, como Corpo Místico da Igreja. O "até ao Cristo Chefe" é até a primeira vinda de Cristo (conforme os exegetas já interpretaram corretamente), e é até a segunda vinda. Portanto, as sete semanas iniciais são as sete eras da Igreja no nosso ponto de vista, desde o começo do terceiro templo, Nosso Senhor, até a segunda vinda Dele em Corpo Glorioso.

As outras sessenta e duas semanas mencionadas depois são os 62 anos transcorridos de 1960 até 2022. Para provar isto lembramos que "cristo" em hebraico "mashiach", significa ungido e pode se referir até aos profetas, em grego "hoi christoi theou", “os ungidos de Deus” (Sl 105.15). Até um rei de Israel foi descrito como "christos tou kuriou", “o ungido do Senhor” (2 Sm 1, 14). Sendo assim, em uma dimensão de exegese o "Christum ducem (Cristo chefe)" pode se referir a um escolhido por Deus, um "ungido" para uma missão, e na era cristã isto é mais evidente no caso do Papa Santo, chefe da Igreja (ignoramos a importantíssima missão de Elias e Enoch porque estamos na dimensão exegética da quinta/sexta era).

Por que 1960 ? Ora, neste ano seria divulgado a parte faltante do segredo de Fátima e não o foi. Portanto, os pedidos de Nossa Senhora foram negados, então a TFP surgiu (em outros artigos sobre profecias encontramos a missão dela, a dos chamados apóstolos dos últimos tempos), embora já existisse o Grupo de Dr.Plinio. No dia 13 de Setembro de 1960, João XXIII, perante uma enorme multidão peregrina da imagem de Fátima ávida para conhecer o segredo que deveria ser liberado neste ano, profere um discurso sem tratar do segredo. Simbolicamente, era o dia da quinta aparição de Nossa Senhora em Fátima, numerologicamente igual ao da quinta era atual com duração até a vinda do Papa Santo.


Além disso, S.João Bosco, conforme outros artigos analisados por nós, profetiza sete castigos antes de uma lua azul (segunda lua cheia do mês) de Maio. A próxima será em 2026 e será a sétima desde a previsão (não cumprida inteiramente). O mesmo santo fala de dois períodos de duzentos dias antes da destruição de todos os inimigos pelo Castigo. Ora, a destruição final só pode ser os três dias de escuridão, estipulados por nós pelas previsões do mesmo santo antes de 31 de maio de 2026. Duzentos dias antes dá 13 de Novembro de 2025, curiosamente seria este o dia da sétima aparição de Nossa Senhora se ela resolvesse aparecer mais uma vez (era necessário só seis vezes por causa da simbologia da sexta era), espelhando os setes castigos. Sabemos também que o Papa Santo vem em grande poder, semelhante a Cristo junto com os seus escolhidos, e Nosso Senhor pregou durante três anos e meio. Três anos e meio antes da data de 13 de Novembro de 2025 dá 13 de Maio de 2022, dia que fará cento e cinco anos o começo das aparições em Fátima. Portanto seria conveniente que o Papa Santo e seus apóstolos, para espelhar o ministério de Deus Filho, tenham a missão no Castigo com esta duração, começando exatamente 62 anos depois de 1960 a partir do dia do aniversário das aparições, quando, o Papa já conhecendo e não querendo divulgar o segredo, negou a primeira boa oportunidade para divulgá-lo. Entretanto, todas estas previsões são hipotéticas.


Isto tudo prova-se ainda na questão dos "tempos de angústia" pertencentes à quinta era ou antiga ou cristã, e "as praças" tem o sentido de lugar onde as pessoas circulam, é um lugar para um povo, já os muros tem sentido de divisão. Então o primeiro sentido é de civilização e o outro de divisão. A reconstrução do templo foi a volta da civilização judaica, e a vinda do Salvador foi a divisão da história humana. A construção da história da Igreja é a edificação da civilização da Igreja Militante e Triunfante, e a vinda do ungido, o Papa Santo, é a divisão da quinta e da sexta era, a divisão entre os que perecem no Castigo e os que seguem para o Reino de Maria. 

26 - Depois das sessenta e duas semanas, será morto o Cristo, e o povo que o há de negar, não será mais seu. Um povo com o seu capitão, que há de vir, destruirá a cidade e o santuário; o seu fim será uma ruína total, e, depois do fim da guerra, virá a desolação decretada.

Mudando a dimensão da interpretação óbvia do crucificação de Nosso Senhor pelos judeus, tomamos o "depois", isto é, não necessariamente em seguida, é quando será morto este ungido, o Papa Santo. Então, o povo que negar o Papa ungido e suas reformas e querer voltar ao que era antes, não será mais seu, isto é, não será mais de Nosso Senhor, o ungido verdadeiro, até porque rejeitar o Papa ungido é rejeitar o desígnio de Deus.

Alguns poderiam interpretar o Capitão que há de vir como o Anti-Cristo, e a destruição seria dos reinos (a cidade) e do santuário (A Igreja), no entanto, interpretamos em outro plano, isto é, direcionado aos tempos da sexta era. E o "capitão" não tem má conotação necessariamente nesta passagem, por causa exatamente da exegese multi-dimensional, para possibilitá-la. Sendo assim, o capitão seria o Grande Monarca, que destruiria a cidade, ou a civilização neo-pagã impiedosa, e o santuário, a religião neo-pagã mundial da adoração dos prazeres, do materialismo, etc. Por isso, "o seu fim será uma ruína total", nunca mais voltarão a existir tais coisas, e nem no tempo do anti-Cristo voltará esta civilização, pois ele terá pouco tempo e usará para destruir a fé somente, acabar com as missas. Este Capitão virá com seu povo, quer dizer, os apóstolos dos últimos tempos em outros artigos nossos mostrados. A desolação decretada são os dias de trevas, e virão depois da guerra mundial.

27 - E (o Cristo) confirmará com muitos a sua aliança durante uma semana; no meio da semana fará cessar a hóstia e o sacrifício; estará no templo a abominação da desolação; e a desolação durará até à consumação e até ao fim.


A aliança durará uma semana, isto é, as sete eras da Igreja. A aliança com "muitos" é evidente na fala de Nosso Senhor na instituição da Eucaristia: "é derramado por vós e por muitos, para a remissão dos pecados". "No meio da semana fará cessar a hóstia e o sacrifício" porque será a crise na Igreja. O meio da semana é a quarta-feira, quarto dia da semana a partir de domingo, representante da quarta era, quando por fim cessa a civilização cristã da Idade Média e começa a era do Castigo, a era do exílio, a quinta. Ela durará até á consumação dela, isto é, até terminar a quinta era, e "até ao fim" por causa do anti-Cristo, o sumo da abominação da desolação no templo, e por causa do fim dela que acaba não na abertura da sexta época, mas depois dos três dias de escuridão.

FONTE: O PRÍNCIPE DOS CRUZADOS

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