A USML é continuação da obra de Marcel Lefebvre
“Os Sacerdotes da Resistência reunidos em Avrillé decidiram continuar a FSSPX sob a denominação de União Sacerdotal Marcel Lefebvre. Desde agora ela é a continuação da obra de Mons. Lefebvre. A USML é a verdadeira FSSPX.
O site France Fidele
publicará em breve uma Carta aos Sacerdotes redigida pelos padres que assistiram a reunião de Avrillé, que acaba de chegar ao fim.
publicará em breve uma Carta aos Sacerdotes redigida pelos padres que assistiram a reunião de Avrillé, que acaba de chegar ao fim.
Deo Gratias!“
Fonte: non possumus.
PS: para quem acha um exagero, uma divisão desnecessária, um alarmismo da parte da “linha dura” da FSSPX, que porventura tenha se precipitado e rompido prematuramente com a FSSPX, devo recordar que não somente os da fotografia abaixo, mas conventos e sacerdotes individuais em várias partes do mundo, como a Familia Beatae Mariae Virginis, as Escravas de Maria e o Mosteiro de Santa Cruz aqui no Brasil, o Carmelo São José e a comunidade das Filhas de Maria do Preciosíssimo Sangue, ambos na Alemanha, fora priorados inteiros, como o Priorado São Pio X em Bogotá, e o Priorado Nossa Senhora do Monte Carmelo, nos EUA, sem contar as dezenas de padres da FSSPX ou de comunidades religiosas que escolheram deixar seus ambientes por conta própria (e vários deles expuseram suas razões de desligamento sem nenhum traço de ressentimento, como a digníssima carta de D. Rafael Araziaga (OSB), que saído dos beneditinos americanos, em razão dos mesmos decidirem permanecer com D. Fellay, por outro lado, em momento algum lançou contra sua antiga casa nenhuma censura, mas antes louvou a Deus por todos os bens que a Providência o cumulou entre os seus irmãos de claustro.
Há mais de 75 grupos da Resistência no mundo (segundo o blog non Possumus). Caso consideremos que nos conventos masculinos há geralmente mais de um padre, então o número de sacerdotes é maior, fora os padres egressos da igreja conciliar e que se juntaram à Tradição, como o nosso exemplo brasileiro (que não é o único), o padre Marcelo Gabert Masi.
E paradoxalmente, para os que julgam que o gesto de Monsenhor Williamson não passe de cobiça pelo “poder”, é bom lembrar que vários mosteiros agora resistentes alegaram exatamente que, dentre as várias causas de sua ruptura com a chefia da FSSPX, encontrava-se em segundo plano – mas não menos importante – a violação dos direitos dos religiosos, e as tentativas de Écône em submeter as casas religiosas sob a autoridade plena da FSSPX, como se Menzingen houvesse se tornado a Roma tradicionalista, e monsenhor Fellay o seu pontífice, pretensão sempre terminantemente recusada por monsenhor Lefebvre, que rejeitava o rótulo de líder dos tradicionalistas, ouvia e pedia conselho dos superiores das casas religiosas, e jamais aceitava nenhuma espécie de caso relacionado a qualquer problema no interior destas casas, em que fosse ele quem coubesse resolver, por saber que o papel da FSSPX é de caráter emergencial, porém limitado em conferir os Sacramentos, pregar a Fé Católica e socorrer os fiéis, o que é muito diferente de atribuir qualquer espécie de jurisdição, ou tentar controlar casas religiosas autônomas. A FSSPX não é uma igreja uniata, e nenhum bispo é patriarca de território algum.
Lembro-me que há anos atrás, muito antes desta celeuma, a comunidade dos redentoristas transalpinos resolveu aproveitar o motu proprio de Bento XVI e regularizar-se com Roma, julgando que o reconhecimento da cidadania da Missa de Sempre em si bastava para encerrar o estado de necessidade da Igreja. Isso é falso, assim como o Summorum Pontificum não deu a ninguém coisa alguma que já não houvesse sido garantida pela Bula Quo Primum Tempore, mas a razão deste comentário não é sobre a regularização dos redentoristas. A razão é que na época os redentoristas disseram a mesma coisa que os dominicanos: que a FSSPX tentou “aliciar” alguns de seus membros e formar um outro mosteiro redentorista, sem sucesso. Mas sem entrar no mérito da questão, este gesto foi repetido NOVAMENTE contra os dominicanos de Avrillé, e desta vez, ao que parece, conseguiram tirar do mosteiro cinco sacerdotes que agora estão na Bélgica, e provavelmente construirão um mosteiro concorrente. Para os redentoristas, pode-se alegar que foram de encontro ao modernismo. O que alegam contra os dominicanos, visto que o que está em evidência não é a fé destes, mas a confiança em torno de Monsenhor Fellay? Do que são acusados, para justificar essa nova casa? De serem heréticos, cismáticos, sedevacantistas? Ou de serem resistentes a D. Fellay?
Me pergunto se monsenhor Lefebvre seria acusado de intriga por religiosos, caso estivesse vivo. Quando os monges do Barroux abandonaram a luta pelos princípios, o mosteiro de Santa Cruz certamente não foi fundado por monsenhor Lefebvre, mas foi antes a consequência lógica de seus próprios monges que perderam sua sede para não perderem a fé, e não uma conspiração, onde monsenhor Lefebvre seria seu superior… E segundo consta, os dominicanos evadidos estão sob os comandos de D. Galarreta, aliado de D. Fellay!
Vejam aqui uma resposta relativamente recente dada pelos frades dominicanos de Avrillé a uma série de perguntas de monsenhor Fellay, e percebam a mansidão com que os mesmos respondem ao que lhes é inquirido.
Ademais, não proponho com este tópico sair atacando, nem mesmo ofendendo a nenhum dos fiéis católicos que está na FSSPX. Mas limito-me a dizer que um possivel mau-humor de um punhado de padres e de um bispo parece-me muito pouco para justificar uma quantidade tão absurda de adesões. Seriam estes padres e estas comunidades amigas (vários deles homens idosos e experimentados, sacerdotes idôneos, alguns deles companheiros em vida de Monsenhor Lefebvre) tão negligentes em preservar a unidade comum dos já minguados fiéis tradicionalistas, a ponto de começar do zero, por simples rebeldia, quando já estão muito próximos de entregar a alma a Deus? Tantas dezenas de padres? Freiras Carmelitas? Monges?
Ainda que todos estivessem errados em seu juizo de que a FSSPX sob o governo de D. Fellay e seus assistentes caiu, esses padres certamente não são liberais, e é por questão de consciência que se uniram, para garantir que a obra de D. Lefebvre não seja apagada, afinal de contas o que o bondoso monsenhor sempre quis está gravado em seu epitáfio: TRANSMITI O QUE RECEBI.
Pois que seja, então. Que existam para continuar a obra de D. Lefebvre. E ainda que estejam todos enganados, que existam ao menos como garantia de que a Tradição não será apagada da memória dos homens. Que fardo terrível…