É uma das práticas de devoção ao Santo Patriarca, mais de acordo com o Evangelho e que se presta as mais doces meditações. Sete dores e sete alegrias foram as maiores da vida de S. José. Vejam aí pelos textos Evangélicos.
AS DORES
1ª – A perplexidade de S. José diante do Mistério da Encarnação: José, seu esposo, porque era justo e não queria infama-la, quis abandona-la ocultamente (Mt, I, 19).
2ª – A angústia da noite de Natal sem achar uma hospedaria em Belém: Não havia lugar para eles nas hospedarias (Lc, II, 7).
3ª – A circuncisão dolorosa do Menino Jesus: Passados oito dias foi circuncidado o menino (Lc, II, 1).
4ª – A profecia de Simeão: Eis que este será posto para ruína de muitos em Israel e como sinal de contradição (Lc, II, 34).
5ª – A fuga para o Egito: José, levantando-se, tomou o Menino e sua Mãe, de noite e se retirou para o Egito (Mt, II, 14).
6ª – O temor de Arqueláu: Ouvindo que Arqueláu reinava na Judeia, em lugar de seu pai Herodes, temeu ir para lá. (Mt, II, 22).
7ª – Perda de Jesus: Filho, porque fizeste assim conosco? Eis que teu pai e eu angustiados te procuramos (Lc, II, 48).
AS ALEGRIAS
1ª – O Anjo revela a Encarnação: José, Filho de Davi, não temas receber Maria como tua esposa (Mt, I, 20).
2ª – O nascimento do Salvador: Maria deu à luz seu Filho primogênito (Luc, II, 2).
3ª – O nome de Jesus: José lhe pôs o nome de Jesus (Mt, I, 25).
4ª – A salvação anunciada por Simeão: Eis que este foi posto para ressurreição de muitos em Israel (Lc, II, 34).
5ª – Caem os ídolos egípcios: Conheceram ao Senhor naquele dia os egípcios (Isaias, XIX, 21).
6ª – À volta a Nazaré: E voltaram à Galileia, à sua cidade de Nazaré (Lc, II, 39).
7ª – A alegria de encontrar a Jesus no templo: E depois de três dias o encontraram no templo, sentado em meio dos doutores (Lc, II, 46).
ORIGEM
Qual a origem desta devoção às dores e alegrias de S. José?
Navegavam dois Padres Franciscanos nas costas de Flandres, quando se levantou uma horrenda tempestade e o navio em que viajavam submergiu com os trezentos passageiros que levava. A Divina Providência permitiu que se salvassem os dois franciscanos sobre umas taboas nas quais navegaram três dias entre a vida e a morte.
Lembrou-se de S. José, naquelas horas de angústia. Recomendaram-se fervorosamente ao Santo Esposo de Maria. No mesmo instante aparece-lhes um homem cheio de majestade e bondade, oferece-se para guiá-los sobre as tábuas e os conduz rapidamente a um porto, onde saltaram em terra. Os dois frades caíram de joelhos aos pés do seu salvador, num agradecimento comovido.
– Quem és? Perguntaram-lhe curiosos.
– Eu sou José, Esposo de Maria e Pai Putativo de Jesus. Se quereis agradecer-me e fazer alguma coisa que me seja agradável, não deixeis de rezar cada dia e devotamente sete vezes o Padre-Nosso e sete vezes a Ave-Maria, em memória das sete dores com as quais minha alma foi afligida na terra, e em memória das sete alegrias que consolaram meu coração quando vivi no mundo com Jesus e Maria.
E ditas essas palavras desapareceu.
Daí veio a propagação desta prática tão bela de piedade, a mais popular e a mais agradável a S. José.
Essa devoção tão conforme ao Evangelho é uma lembrança dos mistérios adoráveis da Infância de Jesus. A Igreja a enriqueceu de indulgências. É como que o Rosário de S. José. O que a devoção do Rosário é para Nossa Senhora, assim as Sete dores e sete alegrias para São José. Não há melhor, prática de devoção em honra de S. José. A sua fórmula já consagrada e enriquecida de indulgências é a seguinte:
AS SETE DORES E AS SETE ALEGRIAS DE SÃO JOSÉ
1ª – Ó Esposo puríssimo de Maria Santíssima, glorioso S. José, assim como foi grande a amargura ou angústia de vosso coração na perplexidade de abandonardes vossa castíssima Esposa, assim foi inexplicável a vossa satisfação, quando pelo Anjo vos foi revelado o soberano mistério da Encarnação.
Por essa vossa dor e por essa vossa alegria, vos rogamos a graça de consolardes, agora e nas extremas dores, a nossa alma, com o gozo de uma boa vida e de uma santa morte, semelhante à vossa entre Jesus e Maria. Padre Nosso, Ave Maria, Glória ao Padre.
2ª – Ó Felicíssimo Patriarca, glorioso São José, que fostes escolhido para o cargo de Pai nutrício do verbo humanado, a dor que sentistes ao verdes nascer em desabrigo e tanta pobreza o Menino Deus, se vos trocou em celeste júbilo, ao escutardes a angélica harmonia e ao verdes a glória daquela brilhantíssima noite.
Por essa vossa dor e por essa vossa alegria, vos suplicamos a graça de nos alcançardes que depois da jornada desta vida, passemos a ouvir os angélicos louvores e a gozar os resplendores da glória celeste. Padre Nosso, Ave Maria, Glória ao Padre.
3ª – Ó obedientíssimo executor das divinas leis, glorioso S. José, o Sangue preciosíssimo, que na circuncisão derramou o Redentor Menino, vos traspassou o coração, mas o nome de Jesus vô-lo reanimou, enchendo-o de contentamento.
Por essa vossa dor e por essa vossa alegria, alcançai-nos que, sendo arrancados de nós todos os vícios nesta vida, com o nome santíssimo de Jesus no coração e na boca, expiremos cheios de Júbilo. Padre Nosso, Ave Maria, Glória ao Padre.
4ª – Ó fidelíssimo Santo, que também tivestes parte nos mistérios de nossa Redenção, glorioso S. José, se a profecia de Simeão, a respeito do que Jesus e Maria tinham que padecer, vos causou mortal angústia, também vos encheu de sumos gozo pela salvação e gloriosa ressurreição, que, como igualmente predisse, teria de resultar para inumeráveis almas.
Por essa vossa dor e por essa vossa alegria, obtende-nos que sejamos do número daqueles que, pelos méritos de Jesus e pela intercessão da Virgem sua Mãe, hão de ressuscitar gloriosamente.Padre Nosso, Ave Maria, Glória ao Padre.
5ª – Ó vigilantismo guarda, íntimo familiar do Filho de Deus Encarnado, glorioso S. José, quanto penastes para alimentar e servir o Filho do Altíssimo, particularmente na fuga, que com ele houvestes de fazer para o Egito; mas tal foi também vosso gozo por terdes sempre convosco o mesmo Deus e por verdes cair por terra os ídolos egípcios.
Por essa vossa dor e por essa vossa alegria, alcançai-nos que, expelindo para longe de nos o infernal tirano, especialmente com a fuga das ocasiões perigosas, sejam derrubados do nosso coração todos os ídolos de afetos terrenos e que, completamente dedicados no serviço de Jesus e de Maria, para eles exclusivamente vivamos e felizmente morramos. Padre Nosso, Ave Maria, Glória ao Padre.
6ª – Ó Anjo da terra, glorioso S. José, que, cheio de pasmo vistes o Rei do Céu submisso a vossos mandados, se a vossa consolação ao reconduzi-lo do Egito foi turbada pelo temor de Arqueláu, filho de Herodes, todavia, sossegado pelo Anjo, permanecestes alegre em Nazaré, com Jesus e Maria.
Por essa vossa dor e por essa vossa alegria, alcançai-nos que, desocupado o nosso coração de nocivos temores gozemos paz de consciência, vivamos seguros com Jesus e Maria e também entre ele morramos. Padre Nosso, Ave Maria, Glória ao Padre.
7ª – Ó exemplar de toda a santidade, glorioso S. José, vós perdestes sem culpa vossa, o menino para maior angústia, houvestes de buscá-lo três dias, até que, com sumo júbilo, gozastes do que era vossa vida, achando-o no Templo de Jerusalém, entre os doutores.
Por essa vossa dor e por essa vossa alegria, vos suplicamos, com o nosso coração nos lábios, que interponhais o vosso valimento para que nunca suceda perdermos a Jesus por culpa grave; mas, se por desgraça O perdermos, com tão intensa dor O procuremos, que O achemos favorável, especialmente em nossa morte, para podermos goza-Lo no céu e lá, convosco cantarmos eternamente Suas Divinas Misericórdias. Padre Nosso, Ave Maria, Glória ao Padre.
Ant. O mesmo Jesus acaba de entrar em seus trinta anos e todos o tinham por Filho de S. José.
V. – Rogai por nós, S. José
. R. – Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
OREMOS: Ó Deus, que por inefável providencia, vos dignastes escolher o bem-aventurado José para Esposo de Vossa Mãe Santíssima; concedei-nos, nós vô-lo pedimos, que, venerando-o aqui na terra como Protetor, mereçamos tê-lo no Céu como nosso intercessor, vos que viveis e reinais, nos séculos dos Séculos. Amem.
(Indulgência de 5 anos cada vez, e plenária nas condições de costume, uma vez por mês, recitando-as diariamente).
Retirado do Livro: São José – Pe. Ascânio Brandão.