São José, podemos afirmar com fundamento, se avantaja em dignidade e excelência aos próprios Anjos. Esta doutrina tem razões sólidas para aboná-la, e não repugna teologicamente. Dizem os melhores teólogos Josefinos que o Santo Esposo de Maria foi predestinado numa ordem e grau mais sublimes que todos os espíritos angélicos.
Os Anjos são ministros, servos do Senhor. São José foi pai adotivo do Senhor, Verbo Encarnado.
Os Anjos são os servos, os executores das ordens divinas. São José teve sob o seu governo e tutela e, obediente a ele e Maria, o próprio Deus durante trinta anos. Et erat subditus illis. E estava sujeito, obediente a eles.
Os Anjos obedecem a Deus. E Deus obedeceu a São José.
Os Anjos tiveram íntimas relações com o Verbo Encarnado e exerceram ministérios em ordem do Mistério da Encarnação. O Arcanjo Gabriel anuncia a Zacarias o nascimento do Precursor de Cristo e o mesmo Arcanjo anuncia a Virgem Santíssima o Mistério da Encarnação do Verbo. Os Anjos anunciam aos Pastores o nascimento do Salvador. Um Anjo aparece a José para salvar o Menino-Deus da perseguição de Herodes. E de novo o avisa, quando morre o perseguidor, a que volte para Nazaré.
Os Anjos servem a Jesus no deserto. Um deles conforta-O no Horto, e, na Ressurreição levantam a lousa do sepulcro, aparecem às santas mulheres. Todos estes ministérios, porém, podem ser maiores que o de São José para com Jesus Cristo?
As afinidades de São José com Cristo são mais íntimas, mais profundas, especiais e diretas. Foi pai de Jesus, Rei dos Anjos, e esposo de Maria, Rainha dos Anjos. Por mais que meditemos; nas prerrogativas e privilégios e grandezas dos Anjos, estas criaturas mais perfeitas que o Homem, nunca poderemos encontrar razão alguma que os torne superiores ao Santo Patriarca.
Não há dúvida: pode chamar-se São José da Celeste Milícia.
Retirado do Livro: São José – Pe. Ascânio Brandão.
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